A COP30 inicia sua segunda semana em Belém com a missão central de transformar planos e compromissos apresentados nos últimos dias em medidas efetivas. Após a rodada de discursos dos chefes de Estado e das discussões técnicas sobre financiamento climático, adaptação e mitigação, o encontro avança agora para o momento das definições.
Com cerca de 47 mil participantes de 194 países, a conferência entra no equivalente à “segunda fase” de um campeonato, quando as negociações passam a convergir e as decisões começam a ser fechadas. A diretora executiva da COP, Ana Toni, afirmou nesta segunda-feira (17) que a expectativa é concluir todos os trabalhos até sexta-feira (21).
Para acelerar os acordos, ministros de diversas nações passaram a integrar oficialmente o processo negociador. O Brasil está representado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que participou da abertura do segmento político de alto nível — etapa em que as tratativas ganham caráter decisório.
Entre os temas centrais está o reconhecimento de 160 milhões de hectares de territórios indígenas e comunitários em florestas tropicais no mundo. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou que o Brasil pretende regularizar 63 milhões de hectares até 2030, respondendo por mais de um terço da meta global. A República Democrática do Congo se comprometeu com a proteção de 50 milhões de hectares, e a Colômbia, com 16 milhões.
Segundo Guajajara, o governo brasileiro já começou a avançar: dez portarias declaratórias de terras indígenas foram assinadas pelo Ministério da Justiça. “Trouxemos respostas concretas. São quatro milhões de hectares sob responsabilidade do Ministério da Igualdade Racial, em territórios quilombolas, e 59 milhões sob gestão dos Povos Indígenas e da Funai”, destacou.
Na abertura da etapa decisiva da conferência, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, reforçou que este é o espaço onde os chefes de delegação irão consolidar propostas e assumir compromissos de impacto real no combate às mudanças climáticas.
Durante a cerimônia, Alckmin ressaltou a importância de transformar discursos em ação:
“Esta deve ser a conferência da verdade, da implementação e da responsabilidade — com o planeta, com as pessoas e com as gerações futuras.”
Com a fase política em andamento, a COP30 avança para seus dias mais decisivos, em busca de acordos capazes de marcar a agenda global do clima.
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