O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (23), em Nova Iorque, a destinação de US\$ 1 bilhão do Brasil para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Facility – TFFF). O programa busca criar um mecanismo financeiro internacional capaz de garantir a preservação das maiores áreas de floresta do planeta.
Segundo o governo, o aporte brasileiro será o primeiro passo para atrair outros países e investidores privados. A meta é reunir US\$ 25 bilhões em capital público até novembro, quando o fundo será oficialmente lançado durante a COP30, em Belém (PA). A expectativa é que esse valor inicial funcione como garantia para captar até US\$ 125 bilhões no mercado financeiro, ampliando o alcance do projeto.
Incentivo para manter a floresta em pé
O modelo prevê uma remuneração anual por hectare preservado, criando um estímulo econômico direto para que os países mantenham suas florestas intactas. A proposta é vista como uma alternativa ao avanço do desmatamento, que muitas vezes é impulsionado por atividades de baixo retorno social e alto impacto ambiental.
“Estamos mostrando ao mundo que é possível transformar a conservação em um ativo econômico”, declarou Lula, durante encontro com representantes da ONU e líderes de nações que também abrigam grandes áreas de floresta tropical.
Liderança brasileira
O Brasil, que abriga cerca de 60% da Floresta Amazônica, pretende liderar as negociações internacionais sobre financiamento climático. O governo aposta que o gesto inicial de aportar recursos próprios aumentará a credibilidade do fundo e estimulará a adesão de outros países tropicais, como Indonésia e República Democrática do Congo.
Desafios pela frente
Apesar do entusiasmo, especialistas alertam para a necessidade de garantir mecanismos de transparência e fiscalização que assegurem a correta aplicação dos recursos. Além disso, ainda há incertezas sobre a adesão de investidores privados e sobre como equilibrar os interesses econômicos locais com a preservação ambiental.
O anúncio reforça a estratégia brasileira de chegar à COP30 com protagonismo na pauta climática e ambiental, em um momento em que o mundo busca soluções urgentes para conter a crise do aquecimento global.


