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Goiás negocia com Japão parceria para exploração de terras raras em Minaçu

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Durante a visita de representantes do governo japonês a Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou avanços nas negociações para a exploração de terras raras no município de Minaçu, no norte do estado. A proposta prevê a utilização de tecnologia japonesa e investimentos em pesquisa mineral para transformar Goiás em referência na produção e refino desses elementos estratégicos.

Em entrevista ao g1, Caiado afirmou que o Brasil vive um “período colonial” na exploração de terras raras, exportando os minerais sem agregar valor. “Estamos buscando a tecnologia japonesa e um fundo de pesquisa mineral. Queremos cumprir todas as cinco etapas da cadeia produtiva, até a separação dos metais”, declarou.

A fala foi dada durante coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (28), no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. O governador destacou que os elementos mais valorizados atualmente são o disprósio e o térbio. “Imagine a indústria brasileira podendo desenvolver baterias, motores de energia eólica, tubos de ressonância… tudo isso depende exatamente desses minerais”, completou.

Parceria estratégica

O embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, também comentou sobre a importância da parceria. Segundo ele, poucos países dominam atualmente o processo de refino das terras raras – entre eles, China e Japão. A intenção japonesa é justamente reduzir a dependência do mercado chinês, ampliando fontes de fornecimento, como a brasileira.

Dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) indicam que o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, atrás apenas da China, que domina mais de 60% da produção global e cerca de 90% do refino.

O que são terras raras?

As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos abundantes na natureza, mas de difícil separação em sua forma pura. São classificadas em três categorias:

  • Leves: lantânio, cério, praseodímio e neodímio
  • Médios: samário, európio e gadolínio
  • Pesados: térbio, disprósio, hólmio, túlio, itérbio, lutécio e ítrio

Em Goiás, a mineradora Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM), instalada em Minaçu, é a única fora da Ásia a produzir em escala comercial os quatro elementos magnéticos essenciais: neodímio (Nd), praseodímio (Pr), disprósio (Dy) e térbio (Tb). A empresa opera em um depósito de terras raras do tipo argila iônica, considerado de alto valor.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em maio deste ano Goiás exportou 60 toneladas de terras raras, gerando receita de US\$ 965 mil. Em fevereiro, as exportações chegaram a 419 toneladas, somando US\$ 5,7 milhões.

Minaçu: de polo do amianto às terras raras

Minaçu, localizada no extremo norte de Goiás, foi fundada na década de 1960 em torno da exploração de amianto pela Sama Minerações Associadas. A cidade ganhou autonomia política em 1976 e, desde então, a indústria é a base de sua economia.

Com a proibição do amianto no Brasil – decisão confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023 –, o município precisou buscar novas alternativas econômicas. Apesar disso, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou em 2024 uma lei que permite a extração de amianto por mais cinco anos, exclusivamente para exportação, com o objetivo de garantir uma transição gradual e mitigar impactos econômicos e sociais.

A medida é alvo de contestação judicial. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6200, que questiona a legalidade da norma goiana, está em análise no STF. O julgamento, previsto para 2025, foi novamente adiado após pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Investimento bilionário

A nova esperança econômica da cidade está nas terras raras. O prefeito de Minaçu, Carlos Leréia (PSDB), afirmou que a chegada da Serra Verde trouxe um investimento estimado em R\$ 3 bilhões. “Com o banimento do amianto no Brasil, surge uma nova oportunidade para Minaçu. Ainda é uma produção pequena, mas as expectativas são muito positivas”, disse.

Segundo ele, o auge da produção é esperado entre 2027 e 2028, com impacto positivo para o município, o estado e o país. Leréia também defende que o processo de separação dos minerais ocorra em Goiás, o que exigiria a implantação de tecnologia ainda inexistente no Brasil.


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