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Seca e incêndios afetam canaviais no Vale do São Patrício em Goiás

O período de seca prolongada e os ventos fortes em Goiás têm agravado os riscos de incêndios e trazido impactos à safra da cana-de-açúcar no Vale do São Patrício. As unidades Rubi S.A. e CRV Industrial, localizadas em Rubiataba, Uruaçu e Carmo do Rio Verde, reforçam que toda a colheita é realizada com cana crua, sem uso do fogo, prática abandonada desde os anos 2000, com a mecanização da colheita.

Apesar dos avanços, as lavouras da região vêm sofrendo com incêndios — muitos de origem criminosa. A estiagem, que se estende desde abril, já provocou em 2024 uma queda de 12% na produção prevista, com cana mais fina, rachada e com menor concentração de açúcar.

Segundo o superintendente agrícola Carlos Jordão, os prejuízos aumentam quando o fogo atinge áreas produtivas. A planta perde a capacidade de rebrotar várias vezes e o cronograma da colheita precisa ser alterado, já que a cana queimada deve ser processada em até sete dias para evitar contaminação por fungos e bactérias.

Além dos impactos econômicos, o fogo compacta o solo, reduz a biodiversidade e compromete a qualidade da matéria-prima. Por isso, as empresas acompanham as investigações sobre a origem dos incêndios e defendem medidas legais em caso de ações criminosas.

Medidas de prevenção

Para enfrentar os riscos da estiagem, as usinas intensificam medidas como:

Cada unidade mantém uma brigada com 10 profissionais treinados para atender ocorrências nas áreas de cultivo e entorno. A frota de caminhões-pipa e os equipamentos também vêm sendo ampliados.

O monitoramento por drones, iniciado em 2020, possibilita resposta rápida aos focos de calor. Além disso, as empresas mantêm parcerias com o Corpo de Bombeiros e prefeituras locais, garantindo agilidade no combate.

As campanhas educativas, divulgadas em rádios regionais em 2024, continuam em 2025 com o objetivo de conscientizar comunidades e motoristas sobre os riscos do fogo e a importância da preservação do Cerrado.

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