A Justiça de Goiás decidiu que Grazielly da Silva Barbosa, conhecida como falsa biomédica, será julgada pelo Tribunal do Júri pela morte da influenciadora Aline Maria Ferreira, de 33 anos, após um procedimento estético realizado em Goiânia. O caso ocorreu em junho de 2024, quando a vítima recebeu aplicação de PMMA nos glúteos.
A decisão foi proferida nesta segunda-feira (1º/9) pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida. Segundo o magistrado, existem provas da materialidade e indícios claros de autoria, motivo pelo qual a acusada foi pronunciada por homicídio qualificado, exercício ilegal da medicina e crime contra o consumidor. Apesar da decisão, ela seguirá respondendo ao processo em liberdade. A data do julgamento ainda não foi definida.
O caso
Aline, que morava no Distrito Federal, viajou até Goiânia para realizar o procedimento estético na clínica de Grazielly, pelo valor de R$ 3 mil. Dias depois, a modelo passou a apresentar febre e fortes dores abdominais. De acordo com familiares, ao entrar em contato com a clínica, foi orientada apenas a tomar remédios para dor de cabeça.
No dia 27 de junho, a vítima desmaiou e precisou ser internada em um hospital particular. O quadro de saúde se agravou e ela morreu no dia 2 de julho.
Testemunhas relataram à polícia que o material utilizado por Grazielly era de origem duvidosa, supostamente trazido do Paraguai, e que o PMMA era misturado com óleo antes da aplicação.
Irregularidades na clínica
As investigações apontaram que a clínica não possuía prontuários, não realizava fichas de anamnese, não solicitava exames pré-operatórios e não entregava contratos aos clientes. O local foi interditado pela fiscalização.

