O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, nesta sexta-feira (19), a importância de governar para todos os brasileiros, independentemente da religião. Em participação no podcast Papo de Crente, voltado ao público evangélico, o chefe do Executivo disse que não cabe ao Estado promover divisões religiosas.
“Meu papel é juntar o povo brasileiro, respeitar todas as crenças e dialogar sobre as políticas públicas que o Estado precisa garantir. Não importa a fé, o time ou a cor da pele, o que importa é que todos são seres humanos e merecem cuidado. Essa é a lógica que sigo”, afirmou.
Durante a entrevista, Lula também chamou atenção para a necessidade de efetivar direitos previstos na Constituição. Segundo ele, muitos ainda não foram regulamentados porque o Congresso é composto, em sua maioria, por parlamentares distantes das demandas da classe trabalhadora. “Grande parte dos deputados não tem compromisso com os trabalhadores, vêm de uma elite que pouco se preocupa com o povo. Essa é a realidade”, declarou.
Cenário religioso no Brasil
O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo IBGE, revelou mudanças significativas no perfil religioso do país. O catolicismo, que em 2010 reunia 65,1% da população com 10 anos ou mais (105,4 milhões), caiu para 56,7% em 2022 (100,2 milhões).
No mesmo período, o número de evangélicos avançou de 21,6% (35 milhões) para 26,9% (47,4 milhões). Já os que se declararam sem religião passaram de 7,9% para 9,3%.
Outras tradições também registraram crescimento: umbanda e candomblé saltaram de 0,3% em 2010 para 1% em 2022, e religiões diversas subiram de 2,7% para 4%. Em contrapartida, a adesão ao espiritismo caiu de 2,2% para 1,8%. As religiões de matrizes indígenas representaram 0,1% dos entrevistados.


